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Se tudo se fizer ao nada, do nada retornará tudo e milagres desvanecerão se nada se fizer em tudo.

sábado, 30 de março de 2013

Letras sem palavras


De caneta em punho
Com o papel aos olhos
Negam-me, as vozes

# Ouço o timbre do silêncio #

Dentro de mim, revoltas
Foge-me a inspiração
Pelas entranhas do corpo

# Vou caminhando, sentado #

Na minha mente vasculho
O pó do perfume mágico
Que me liberta num sorriso

# Amordaçado, entristeço-me #

Vozes caladas eu ouço
Em faces penhoradas
Num papel em branco

# Escrevo letras sem palavras #

by Johnny Pina

quarta-feira, 27 de março de 2013

Seguindo as pegadas da vida


- ( Parte I ) -

Seguindo as pegadas da vida
a pele, de coragem revestida
caminhando de forma destemida
como se estivesse numa corrida
abandonando o ponto de partida

Na voz, a alma cantando
os pés foram marchando
em passos largos, vibrando
o corpo foi-se levando
com um sorriso brilhando

O coração sóbrio pula e dança
no olhar que nunca se cansa
a certeza, uma brisa de esperança
de mais à frente achar a bonança
na estrada da vida que não é mansa

- ( Parte II ) - 

E se fala assim,
Em linguagens que pouco percebo
Coisas que desconheço
Mas que também sei, quem sabe…

Ainda ontem foi aquilo 
Em que vi-me às turras
E no “mata mas não morre”, rasguei-me de fúria,
Quando sou eu a mais calma das pessoas

Peço-te para saíres porque no fundo quero que fiques
Sou eu, mas ao mesmo tempo isto não pode ser ninguém
A voz da alma fala
E se ouvir, sou capaz de fazer o que não posso fazer

E eu não quero fazer, mas se te pedir, 
Encostavas-me num canto desta sala e às pressas ias,
É assim que fazes, foi sempre assim,
Ou então quem sabe, dar-me o último beijo.

by Johnny Pina
e
Isandra da Silva
( https://www.facebook.com/dasilva.isandra )

quarta-feira, 20 de março de 2013

Imigransia


Nun noti kaladu
Na kalseta di mar
Nha gaivota a vapor
Guian nha xintidu
Pa meiu di mundu

Sen kaminhu pensadu
Nha korpu pa dianti
Nha sombra nburdiadu
Ka xinti silensiu
Di bai nha kaminhu

Sakrifisiu di alma
Lapidu na bolsu
Nha boka sustedu
Nun lagua na bentu
Konsolan nha viaji

Ku medu nbrasadu
Nsukuta un strela
Prindadu na seu
Ta kanta poizia
I nseta nha distinu

by Johnny Pina

O Picasso


Num canto de cores sonolentas
Um olhar polissémico do corpo
As tiras de um cachimbo frio
Enfileiradas no seio da aquarela

Em pincéis de ventos harmónicos
A virtude de uma tarde esboçada
Num cardume de luzes mágicas
Animava as telas da inspiração

Perdido no silêncio iluminado
Ao som nostálgico da vocação
À luz foi dada a nobre arte
Em cada refrão das pinceladas

by Johnny Pina

terça-feira, 12 de março de 2013

Reis Meninos


Em cortinas de incerteza
O Sol no cume do vento
Reluz nos pássaros a beleza
E pedras húmidas ao relento
Abarcam a vida do caçador
Em terras de reis meninos
Erguendo no ser o seu temor
E na glória as vozes dos hinos

Caravelas de sonhos velejam
Na estrada do faro animal
Os injustos apedrejam
A sombra do pobre castiçal
E em tons robustos de cobrança
O caçador guia-se pela caça
E o reino abastado pela fiança
Vai cantando ao vento que passa

Na ponte dos olhos, as migalhas,
As sobras de um cheiro insabor
Crescem nos ombros das navalhas
Enraizados nas mãos do caçador
Que lavram com medo o escuro
E, em pésinhos de fada, caminhar
Levando na alma um sonho futuro
De um dia a paz e glória respirar

by Johnny Pina

quarta-feira, 6 de março de 2013

De corpo e alma

É uma vida toda que dura
Do meu coração à vida tua
Num misto de alma nua
Vivendo, amar-te com loucura

É uma noite fria e ventosa
Ao redor da cama vazia
Que com a saudade faço prosa
E da memória faço poesia

Somos dois corações numa só alma
Viajantes do prazer de amar
Serenos no abraço que me acalma

Somos dois corpos destinados
Abraçados sempre num só olhar
E pelo amor, muito abençoados

by Johnny Pina
 ( à minha amada )