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Se tudo se fizer ao nada, do nada retornará tudo e milagres desvanecerão se nada se fizer em tudo.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Separação

na aba da eterna saudade
nasceu o eco de uma lágrima
e em abraços nulos, partiu
sem deixar uma única esmola

a esperança estendida a meia haste
no luto da melancólica separação
bronzeada na fauna de um adeus
tecida entre soluços moribundos

arrastando as asas dos versos
em estrofes miúdos de nostalgia
pousou a cara no chão, chorando
a cada passo que os distanciava

by Johnny Pina

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Viver vivendo

Vivo entre o pulsar
A dança e o medo
De tantos segredos
Deste pequeno mundo

Vivo de esmolas
De desejos e sonhos
Das amizades limpas
No pecado de vozes

Vivo, pra não morrer
No sufoco da morte
Sem sorrisos alegres
Na alergia da vida

Vivo entre penúrias
O som e o silêncio
De olhares culpados
Volvidos de saudades

Vivo em cada passo
No alpendre do amanhã
Guiado pela destreza
De sair cantando por aí

Vivo na dança de vencer
E nunca mais viver
Se não puder cantar
Os sonhos desta vida

by Johnny Pina

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Renascer

Nada mais do que reticente
Entre pequenos olhares mudos
O julgamento do passado sombrio
Que cessa-se no recolher da alma

A imundice no revés do corpo
Abraçada à paz do pobre espírito
Num sonho bordado às avessas
De esquecer aquele perfume fétido

Nada mais por receber do inferno
Das memórias embutidas na veia
Do desejo mestre de renascer vivo
E não mais proliferar o ódio presente

by Johnny Pina

domingo, 5 de outubro de 2014

Levai-me e...

abrigai-me na sua pele
à parte, reparta-se comigo
onde o nevoeiro não fale
nem o sino nos espreite

cedei-me a sua sede
e no seu ventre tão puro
permitai que me multiplique
no silêncio de um broto

recuse-se ao seu temor
pois nada lhe darei mais
além do doce joio do amor
que transborda os meus limites

by Johnny Pina