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Se tudo se fizer ao nada, do nada retornará tudo e milagres desvanecerão se nada se fizer em tudo.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Atalhos

Onde estive eu?
No regaço de quem não me pertenceu
Em sorrisos onde nunca fui feliz
Vagando em abraços amigos
Quando a ilusão era amar

Onde estive eu?
Por aí, entre atalhos
Caçando sonhos heterogêneos
Nas vielas estreitas desse mundo
Levando na alma o desejo de viver
Quando morria na tábua da minha cama
Dormindo o sono pequeno da lágrima

Os meus pés guiaram-me
Quando o faro já não me auxíliava
Perdendo-me em convites empoeirados
Nas linhas de um texto carniceiro
E na madrugada tornava-me vampiro

Onde estive eu?
Nas dores de ombros alheios
Fazendo-me Homem na ponta do chicote
E as cicatrizes que hoje carrego
Fazem-me o homem que hoje sorri
Levando na alma o grito da vida
Caçando os sonhos que me farão feliz

by Johnny Pina

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A minha rua

Gosto desta rua
Que me faz caminhar
Leva-me a alma nua
E dá-me gosto de andar

Gosto desta rua
E do cheiro do seu chão
Quem por ali passa, flutua
E nunca será em vão

Essa viela pequenina
Que cresceu na cidade
E ficou-me na retina
Desde a minha mocidade

Gosto desta rua
E sempre que me apetecer
Vou sair à rua
Para nela me perder.

by Johnny Pina

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A dois

As mãos lambem a tua pele
A tua face ilumina-me o peito
A dois, no canto de uma brisa
E morrer pela última vez
Agachado na aba do teu beijo

São dois corpos condenados à paz
Na hora mansa que não se cala
E entre olhares mudos te abraço
A tua febre cura-me o silêncio
Como se à vida me prendesse eternamente

A dois, no quadrado de um sonho
Geramos a prosa do amor num sorriso
Como se do nada existisse nada mais
Além de um beijo meu na tua testa
Coroando a rainha do meu coração

by Johnny Pina