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Se tudo se fizer ao nada, do nada retornará tudo e milagres desvanecerão se nada se fizer em tudo.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Sou filho da terra.


Sou filho da terra.

Sou sinónimo de resistência, pois cresci enraizado em terra árida
E ainda assim forte como o vento de leste.
Sou o filho da terra
Que não se deixou abater pela saudade,
Saudade agreste, que habitou o meu ser como uma peste.

Pernoitei em calçadas, quando preferia jazer em terra batida da minha terra querida.
Vi mundos distantes num outro mundo dessa vida
E mesmo assim guardei no coração o caminho de volta pra minha terra.

Sou filho da terra.

Um filho amado pelo calor do sorriso da minha terra,
Amado pela paz do recanto da minha terra.
Sou filho da minha terra, a terra que partilho contigo de forma tão agraciada,
Pois Deus a colocou no meio do mundo para que saibas que
Onde bate o coração do mundo bate o meu no seu.

Sou filho da terra, um filho de Cabo Verde.

by Johnny Pina

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Soldados de honra


a minha vida são vidas esquecidas,
passados fragmentados no meu espirito de guerreiro.
sao sonhos perdidos nos vultos que me abraçam
conduzindo-me ao intrinseco monte da duvida
em que cada fracção da minha visão
são meros "deja vu"'s dos quais me apercebi.

levo à minha frente a imagem de mim
e atrás, arrasto as cinzas dos mundos por onde passei.
a minha vida é assim, um sacrificio, um sacrilégio.
derrubei sonhos por sonhar muito,
derrotei muitos por amar tantos.

entre murros, terras, ventos e chuvas,
perdi-me no sabor da discordia,
ganhei nada nos desertos alheios onde pisei
levando nos braços as almas de muitos irmãos
e nas mãos o seu sangue derramado.

by Johnny Pina

O que sobrou? Part II


então de novo, vou escrever, o que ficou por dizer
ou será que tudo o que vivemos devo esquecer
acordar amanhã perambulando no deserto do meu ser
procurando a razão pra não chorar, pra poder viver?

vou gritar. isso, vou gritar para que se ouça além
que morro por não te ter, mas morro por te ter também
é triste morrer sem amor, sem lar e pior sem um misero vintém
neste mundo onde outrora eu já fui alguém

vou escrever, e escrevinhar, rabiscar, pintar e emborrar
vou andar, pensar, procurar a razão de aqui estar
sentado, no vazio dos meus olhos, te procurar
o que sobrou para a sombra desenhar?

by Johnny Pina

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O que sobrou? - Part I


vou escrever. sim, é isso, vou escrever.
Vou escrever aqui e agora a angústia que carrego
estampado no sorriso amarelo desse meu ser
que vem amordançando força do meu ego.

Vou escrever a alegria de me perder em solidão
triste trovão, que me varre a alma num dia de cão.
vou me perder em letras, alagado aos meus pés, o chão
tão amiga, dura, fria, mas nunca me disse não.

vou me expôr aqui, façam as vossas apostas.
levem de mim tudo o que quiserem, mesmo as amostras.
levem-me também a dor que levo às costas,
levem tudo de mim, mesmo as minhas simples notas.

vou escrever tudo o que minh'alma amar
vou chorar, isso, vou chorar, mas deixem-me pensar.
será que adianta aqui e agora me acabar,
me afogar, gritar, em lágrimas me banhar?

esperem, quem vem aí tão apressado?
ah, és tu! memória do meu passado.
haha, vieste confirmar se está acabado?
pois aprecia, visto que está tudo consumado.

sou o larápio, o carniceiro da tua felicidade
tão perto de ti, em mim a outra metade,
mas hoje pobre, abandonado, acabado de verdade,
tão só, que até pra morrer perdi a vontade.

é muito pedir um pouco de mim ao pé de ti,
ou então ou pouco de nós ao luar, nesse mundo vil?
pra mim é muito, pois pagava tudo o que vivi
seria àgua no deserto no fundo do cantil.

by Johnny Pina