não me chames de poeta.
mas que falta de respeito!
sou sim, o mensageiro de alguém que não conheço.
sou as mãos das vozes que se abrem comigo.
por favor, não, peço-te.
não me chames de poeta.
sou sim, o intermediário de mim com os senhores do meu pensamento.
os meus mestres o são em mim, poetas de alma.
são as vozes a razão de me perder em mim, cogitando
em viagens mágicas pelo mundo do meu ser incógnito
encontrando em mim rascunhos sussurados por outrém
nessa estrada da vida em que a mim dás os louros.
ah, se eu o fosse!
se fosse eu, um poeta, cantaria ao mundo os meus escritos
brindaria a Deus por tão grandioso dom
pintaria as paredes com letras moldadas alegres gritos
viveria com o sorriso estampado na aflição de viver,
amaria, jogaria, partilharia, seria feliz, mas...
ah, isso, este e aquele "mas"!
mas não me chames de poeta, porque não o sou.
sou sim, apenas e so o mensageiro das vozes que ecoam em mim
dando a esperança de um dia morrer nas graças de um amor,
num mundo onde o arco-íris mora no meu quintal
e o sorriso é um cartão postal em cada face.
by Johnny Pina
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