quando morrerem as vontades
o cupído selará os olhos
e não mais as vozes falarão
do momento que se definhará
na berma de um fogo extinto
das mãos calejadas de solidão
serão paz, amor e vidas seladas
apagadas pela calmaria do tempo
que nunca mais há-de erguer-se
na quandrante do sorriso sisudo
da alma infame de um corpo fétido
arrastando-se à ribalta do inferno
a ferrugem dos colos abandonados
sepultará aquele vil abraço frio
numa corda bamba dos anjos caidos
que deixaram de amar por castigo
de uma vida regrada pela rigidez
da cegueira do companheirismo
by Johnny Pina